COLELITÍASE

Colelitíase

Definição

Presença de cálculos na vesícula biliar, órgão localizado junto ao fígado e que participa no transporte da bile até o intestino, onde se faz a digestão das gorduras.

Causa

Desequilíbrio entre os componentes da bile (sais biliares, colesterol, bilirrubinas) que pode se acentuar na alta incidência de sobrepeso e obesidade, hábitos alimentares atuais com frequente ingestão de gorduras e hereditariedade marcante. Cerca de 20 % da população é afetada pela doença.

Sintomas

Dor em abdome superior, predominantemente à direita com irradiação para o dorso do mesmo lado. Algumas pessoas relacionam o início da dor após alimentação gordurosa. Podem haver náuseas e vômitos quando a vesícula biliar contrai infecção e assim temos a colecistite aguda que é mais grave que a simples cólica biliar.

Se surgir icterícia (olhos e pele amarelados) acompanhada de fezes brancas e urina escurecida, caracteriza-se obstrução dos canais biliares por pedras que migram da vesícula até eles.

Diagnóstico

  1. Ultrassonografia do abdome: método muito sensível com eficácia de > 90%
  2. Tomografia e ressonância magnética

Tratamento

O tratamento definitivo é a cirurgia, chamada de colecistectomia, que pode ser convencional (aberta) ou videolaparoscópica (pouco invasiva e com pequenas incisões). O acesso laparoscópico é feito com o paciente sob anestesia geral, onde injeta-se gás carbônico no abdome para confeccionar-se o pneumoperitoneo e com o auxílio de uma ótica e algumas pinças, retira-se a vesícula biliar e seu conteúdo.

Se houver migração de cálculos para os canais biliares, pode ser necessário o procedimento de retirada desses cálculos por endoscopia (chamada colangiografia retrógrada endoscópica) e posterior retirada da vesícula.

Pré operatório

Exames de sangue como hemograma, coagulação sanguínea e função renal.

Avaliação cardiológica pode ser necessária.

Se o paciente tiver outras co-morbidades, diabetes ou hipotireoidismo por exemplo, uma avaliação da especialidade correspondente será necessária.

Pós operatório

Normalmente pela pouca dor posterior à cirurgia, estimulamos a deambulação (andar) no quarto após recuperação anestésica e a alimentação se inicia também de imediato no quarto, inicialmente leve com progressão para a dieta normal até 3 dias. Não há restrição qualitativa do que comer.

Alguns pacientes tem diarreia passageira que com adaptação desaparece em até 2-3 semanas.

O retorno a atividade profissional se faz em torno de 10 a 15 dias de pós operatório e atividade física após 30 dias.

Considerações

  1. A vesícula biliar é um órgão que participa do armazenamento e transporte da bile até o início do intestino (duodeno) mas sua função é absorvida pelo fígado, portanto a vida do paciente não sofre prejuízos com sua retirada.
  2. O pólipo da vesícula biliar é uma doença benigna mas há associação com formação de microcálculos que podem causar inflamação da vesícula biliar (colecistite) ou do pâncreas (pancreatite). Por estes motivos indicamos a retirada da vesícula, mesmo porque haverá a necessidade de muitos controles ultrassonográficos nos anos que se sucedem ao diagnóstico da doença, com o objetivo de  medir o tamanho e avaliar o crescimento da lesão.


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Paulo Geraldo Roncada - Doctoralia.com.br
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